Em nostálgicas noites de outono, a tia Alice sentava-se num grande cadeirão perto da lareira acesa e fitava o céu estrelado projectado na janela, o cantar sussurrado e mudo ouvia-se entre o fumo da cigarrilha e um ligeiro trago de conhac.
Amor,
yo se que quieres llevarte mi ilusion
Amor,
yo se que puedes tambien
llevarte mi alma.
Pero, ay amor si te llevas mi alma
llevate de mi tambien el dolor
lleva en ti todo mi desconsuelo
y tambien mi cancion de sufrir.
Ay amor, si me dejas la vida
dejame tambien el alma sentir,
si solo queda en mi dolor y vida,
ay amor, no me dejes vivir.
Nunca cheguei a perceber que secreta ilusão a trespassava. Por fim levantava-se com um sorriso matreiro, dirigia-se ao gira-discos e ouvia-se o swingar de um saxofone — PARKER — piscava-me o olho e dizia —
parece um passarinho ... ... ... ainda lhe ouço a voz forte, doce e sussurrada ...