O'Neill (Alexandre), moreno
português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele ONeill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sobre a ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...
Alexandre O'Neill
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill
(Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 - Lisboa, 21 de Agosto de 1986)
(Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 - Lisboa, 21 de Agosto de 1986)
Fernando Lemos - Alexandre O’Neill, 1949
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