Gogo No-Eiko
Digo-te uma coisa, no entanto: por mais tempo que se passe no alto mar, nunca conseguimos habituar-nos às tempestades. Quero dizer que de todas as vezes que se está no meio duma, pensamos que chegou a nossa vez. E olha que no dia anterior a esta, o pôr-do-sol parecia mesmo um incêndio, o vermelho do céu estava tingido de negro e a água do mar tinha ficado calma de repente, como um lago. Eu tinha a sensação de que ia passar-se qualquer coisa.
Yukio Mishima ~ O marinheiro que perdeu as graças do mar, Assírio&Alvim 1985
The sailor who fell from grace with the sea
photo: Pedro Luis Raota
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